"Pauta na Mesa" é um bate-bola sobre distribuição alternativa de produtos audiovisuais. Internet, camelô, televisão, salas de exibição; com o aumento da democratização da produção, qualquer um pode produzir... e exibir!


.:quarta-feira, 3 de dezembro de 2008:.

O COGNITARIADO ESTÁ CHEGANDO! QUE?

O que está por trás dessa recente conversão das TVs abertas em "defensoras do conteúdo brasileiro contra a pirataria"? Afinal de contas, a melhor defesa desses conteúdos seria exibir nossos filmes, vídeos, a produção independente na TV aberta comercial, de forma sistemática.

Mas não passam! E aí tome fechar rádios livres, criminalizar ou tirar do ar vídeos do You Tube, perseguir hackers e camelôs, se apropriarem do que é produzido livremente nos blogs e redes. Fenômenos que provam que é possível novas formas de produção, consumo e distribuição das informações e imagens. E que estão deixando a mídia tradicional desnorteada, pois não sabem como lidar com os novos “prossumidores” (neologismo para o consumidor ativo, que produz).

Nas campanhas da TV contra a pirataria (DVD pirata, software pirata, rádio pirata!!!), na novela das oito, nos editoriais, a mídia tenta angariar simpatia dos criadores e produtores de cultura, supostamente "lesados" em seus direitos autorais, com uma estratégia bem pouco inteligente, que se recusa discutir o que tem que ser discutido: a crise estrutural do capitalismo da exclusividade e da restrição da produção e circulação de bens culturais, que de “escassos e caros” agora podem ser produzidos e reproduzidos aos milhares em DVDs, CDs, MP3, MP4, digital.

É que estamos no meio de uma mutação cultural, emergência de uma Cultura Livre dentro do próprio “capitalismo cognitivo”, com ativistas no mundo todo trabalhando pelo barateamento cada vez maior dos meios de produção cultural e o fortalecimento das trocas e redes colaborativas.

Camelôs, artistas, estudantes, programadores, profissionais da informação, designers, formam o novo “precariado”, ou melhor, o novo “cognitariado”, pois trabalham com a produção “imaterial” e difusão de conhecimentos, um valor que pode ser partilhado pela multidão, por qualquer um.

Esse cognitariado aumenta a sua produtividade social passando por cima da legalidade burra. A legalidade improdutiva, que impede a explosão da produção social, em qualquer área. Que quer barrar os fluxos, com licenças, senhas, bloqueadores que impedem o rio-corrente das informações, tecnologias, invenções.

Mas como criminalizar downloads de música quando milhares de Ipods são distribuídos em palito de picolé? Com zilhões de gravadores e duplicadores de DVDs e CDs, câmeras na mão de cada vez mais gente? Quem vai pagar R$ 50 reais quando um CD ou DVD virgem custa centavos?

A crise do direito autoral é a crise do capitalismo privatista. É só pesquisar as novas formas flexíveis de direito autoral que vão do “todos os direitos reservados” até o copyleft (o contrário do copyright) que libera radicalmente os direitos para seu uso livre, para perceber essa mutação histórica.

Afinal, os primeiros a desqualificar o direito autoral são as gravadoras, as editoras, as TVs que pagam pouco aos criadores e lucram muito. A pirataria, a cópia, a circulação social, já está (ou deveria estar) embutida nos lucros da indústria.

A Microsoft, as gravadoras, os editores de livros, a indústria cultural brasileira, vão falir? Provavelmente não, vão tentar inventar novas formas de ganhar dinheiro, vão fazer "reengenharia" (ou seja lá o que for) para reestruturarem a forma "cara" de produzir.

O preço abusivo dos produtos culturais atuais tem a ver com a forma antiga de produção, fordista, agigantada, fabril. Mas a fábrica tradicional está em crise, acabou. Nos Estados Unidos, o sistema de estúdios, os contratos de exclusividade com atores, faliu nos anos 50! Não pode vender produto com preço da fábrica capitalista fordista, num sistema em que toda a produção barateou. Menos o produto final!

Sinal dos tempos, a fábrica dos filmes e máquinas Polaroides, com sua inesquecível moldura branca e um único original, a foto instantânea que saía da máquina com a imagem se formando diante dos olhos do fotógrafo em suspense, está fechando as portas. Pois afinal, as imagens hoje nem precisam ser impressas, circulam velozmente pelas telas dos computadores, para serem vistas, no computador, nas telas, no celular, voláteis e imateriais. Quem ainda imprime fotografias?

A propriedade intelectual e o direito autoral não vão acabar, vão ter que ser repensados! Estão em crise no capitalismo da reprodutibilidade técnica, no capitalismo do imaterial, em que é barato produzir. É barato fazer circular! É barato copiar e compartilhar.

A velha forma do lucro, em cima da venda exclusiva de milhões de "originais" está em crise em um capitalismo que não funciona mais com a escassez, mas com a facilidade e abundância, com a reprodutibilidade técnica máxima, amadora, fácil, com os meios de produção disseminados socialmente. Com o P2P, com as redes colaborativas, a internet, a telefonia móvel, o digital.

Ou seja, como criminalizar toda uma cultura nova, do compartilhamento da duplicação, da difusão, como isso pode ser "ilegal"?

Jovens no mundo todo trocam seus arquivos de música, filmes, vídeos, pelo computador. Que corporação, que moralidade vai impedir essa forma de compartilhar o imaterial? Perguntem o que esses usuários pensam da "pirataria". Estão é se engajando nos novos movimentos, fazendo micropolitica sem sair do quarto de dormir, pela livre circulação e distribuição do conhecimento. Capturar, compartilhar, disseminar. Movimentos viróticos.

Ciberativismo, Copyleft, Cognitariado, Precariado, Cultura Livre, livres capturas pelas redes....dispositivos, estética, essas são algumas das senhas de acesso para a coluna que está começando. Pode logar!


Texto publicado na Revista CARTA CAPITAL, escrito pela Professora Ivana Bentes
(Escola de Comunicação da UFRJ)



.:sexta-feira, 3 de outubro de 2008:.

SUCESSO!

O debate foi um sucesso apesar dos pesares.

Aguardem por mais...

Hasta \o/



.:quinta-feira, 2 de outubro de 2008:.

Mudanças

DEVIDO AO MAL TEMPO, O EVENTO SE REALIZARÁ NA SALA 142 da PÓS-GRADUAÇÃO DA ECO!

ESPERAMOS POR TODOS!!!



.:quarta-feira, 1 de outubro de 2008:.

Apresentadores


Taí galera...

Somos nós... os "mediadores" Aline Melo e Vitor Alli.



.:sábado, 27 de setembro de 2008:.

Convite \o/


Clique na imagem para ampliar!



.:sexta-feira, 26 de setembro de 2008:.

TEASER!





Panfleto 1

(clique na imagem para ampliar)
Segue a atual fase do panfleto enquanto as outras atrações não são confirmadas!!!



Vai encarar?

A democratização da informação, do conhecimento e da comunicação é debate recorrente no meio acadêmico - não por menos, uma vez que as novas tecnologias propiciam inúmeras formas de acessar, de produzir e de veicular conteúdos.

Tomando sempre como horizonte que é a partir de uma produção de conhecimento mais transversal (que una as produções acadêmicas às produções em geral) que conseguiremos quebrar as barreiras dos engessados e hierárquicos modelos de ensino, de produção, de distribuição etc, é que levantamos a questão: “Será que é realmente possível produzir e veicular conteúdos sem a mídia convencional?”

Neste contexto, as redes sociais colaborativas e as novas tecnologias tomam importância imensurável ao democratizar os diferentes níveis de produção.

O evento vem como uma edição piloto de uma seqüência maior de debates, que têm como principal foco discutir a questão das mídias livres nos processos de criação. Em pauta para este primeiro evento está a distribuição, que é uma questão de suma importância para os jovens produtores de audiovisual.

Trata-se de um projeto inovador em sua linguagem, que tenta se utilizar de uma infra-estrutura existente no campus da Praia Vermelha, muitas vezes sub-utilizada e restrita aos estudantes. Assim, vemos a necessidade de abrir o debate a estudantes e profissionais oriundos de outros lugares e escolas. Faz-se hoje altamente necessária a transferência de conhecimentos, vivências, experiências e tecnologias. Esta é nossa proposta, que se adequa aos princípios da Escola de Comunicação – hoje também um Pontão de Cultura do Ministério da Educação.

O Evento vem também inaugurar um novo centro de colaborativismo e interação dentro da Escola de Comunicação: a Incubadora de Projetos da CPM.

Contamos com a presença de todos!



.:quinta-feira, 25 de setembro de 2008:.

PAUTA SE APROXIMANDO!


Preparem-se pois o PAUTA se aproxima!

Quinta-feira da semana que vem! Vai encarar?
Confirmados CACAU AMARAL, CAVI BORGES, IVANA BENTES e SR. NOIR!

Estamos preparando muitas surpresas. Apareça, ou ele te pega!

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. Cacau Amaral,
do CINECUFA, é cineasta da baixada fluimense, um dos prinpais expoentes do cineclube Mate com Angu, em Caxias, e do festival de cinema CineCufa.


. Cavi Borges,
da CaVídeo, é grande expoente na retomada do cineclubismo carioca. Hoje divide seu tempo na locadora, na produção e na direção de vídeos.


. Ivana Bentes,
da UFRJ, é teórica do audiovisual, apresentadora do programa Curta Brasil, na TV BRASIL, e árdua defensora da mídia livre. É também diretora da Escola de Comunicação.


. Sr. Noir,
do FIZ.TV, é o personagem por trás do site/canal FIZ.TV, que tem a proposta de ser produzido e programado pelo usuário. Alternativa de finanças para os novos produtores! ;)


. Wilson Wanderley,
da banda pornobrega "Os Wanderleys" é também um dos responsáveis pela 'gravadora' / projeto "Música para Meia Dúzia".


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MEDIADORES:
  • VITOR ALLI
  • ALINE MELO


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